Já faz um tempo que planejo escrever sobre esse assunto. Não com o interesse de polarizar o assunto ou discutir a privatização dos aeroportos pelo ponto de vista econômico, mas fazendo uma análise dos benefícios que nós, passageiros, passamos a ter a partir dela.
O Governo Brasileiro começou uma série de privatizações em aeroportos em 2011 como uma forma de melhorar o serviço de 06 dos nossos mais importantes hubs para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Na primeira leva, Guarulhos, Confins, Viracopos, Natal, Brasília e Galeão foram passados para a iniciativa privada, e quem passou por esses aeroportos antes e depois da privatização pode perceber a diferença, principalmente no conforto oferecido aos passageiros.
Quando passamos a falar apenas de Salas VIP, o assunto principal deste Blog, não é difícil perceber que as melhores estruturas oferecidas estão justamente nesses aeroportos privatizados. Por um lado, as reformas promovidas pelas novas concessionárias por obrigações contratuais aumentam a capacidade de cada aeroporto, aumentando também a demanda por serviços e neles estão incluídos os lounges. Por outro, a facilidade de negociar com a iniciativa privada faz com que as empresas administradoras dessas salas tenham maior interesse nesse tipo de gestão aeroportuária, até pela agilidade que essas têm na hora de investir.
Na segunda leva de privatizações, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre foram leiloados. Posso dizer por experiência própria que em Floripa, o que antes parecia uma rodoviária de cidade pequena, em pouco mais de 3 meses se transformou em um aeroporto utilizando exatamente a mesma estrutura. O novo terminal, prometido para Outubro deste ano, é uma vitória para quem chega ou sai da ilha por via aérea. As licitações estão ainda em andamento, mas sabemos que tem grupo grande interessado na administração do lounge e alguns restaurantes. Em Porto Alegre a movimentação é exatamente a mesma. Fecha-se o lounge improvisado na área de check-in e cria-se uma área apropriada para receber os passageiros em um novo terminal.
Mas, o modelo de privatização é ideal? Não sei. Em alguns aeroportos da Europa, por exemplo, o controle do aeroporto é tão grande a ponto de fornecer funcionários para as companhias aéreas. Do check-in ao embarque, passando pelo controle de passaportes, todas as etapas são realizadas por funcionários contratados pelo próprio aeroporto. Cabe às cias aéreas apenas o trabalho de transportar os passageiros para outros locais. Não posso dizer que o método é perfeito, mas tem suas vantagens.
Voltando ao Brasil, não acredito que seja apenas uma coicidência o fato das salas com melhor estrutura oferecida aos passageiros estarem em Guarulhos, Brasília e Galeão. Concorda comigo?